A crise trouxe uma dura realidade para as empresas e seus líderes: a necessidade de readequar a estrutura para conter os custos e de demitir para garantir a sobrevivência do negócio em um ambiente adverso.
E o que se percebe neste cenário é uma hesitação recorrente de qual seria a conduta minimamente adequada para um líder adotar ao desligar alguém.
Os líderes, via de regra, se deparam com a desagradável tarefa de ter que escolher quem será desligado e esta incumbência sempre causa mal estar.
Um exercício que pode minimizar o desconforto desta tarefa seria responder a seguinte questão:
- Quais os critérios poderiam nortear esta escolha?
- Quais são as necessidades da empresa que não podem deixar de ser atendidas?
- O que está na minha mão decidir?
- O que eu não posso mudar?
Ao responder estas perguntas o líder pode estabelecer algumas referências que podem guiar as decisões sobre quem fica e quem sai.
Aspecto e Cenário comum
Outro aspecto que deve ser cuidado para que tudo corra bem é se preparar para, ao efetuar os desligamentos, garantir duas coisas que podem tornar o processo menos traumático: ser transparente ao comunicar as razões do desligamento e dar feedback sempre com o propósito de contribuir para que o profissional possa saber quais as oportunidades ele tem de agir diferente da próxima vez.
Outro cenário muito comum neste contexto de crise é a possibilidade de acontecerem fusões de departamentos para garantir enxugamento da estrutura e a iminência desta movimentação gera incerteza e muitas perguntas que nem sempre encontram espaço para serem discutidas.
Qual o papel do líder?
É ser transparente e tranquilizar as pessoas, deixando claro para elas o que podem esperar dele, como responsável pela readequação da estrutura, inclusive comunicar quais as respostas que nem ele tem.
Esta postura contribui para minimizar o desgaste inerente a situação que a crise impõe às organizações e às pessoas que integram os seu corpo de funcionários.
A função de gestão
Não é incomum encontrar profissionais que diante da necessidade de realizar um desligamento, se veem tão acuados que pedem socorro aos colegas de recursos humanos ou até mesmo ao seu líder imediato para dar a má notícia.
De qualquer forma, a função de gestão exige que o profissional exerça diversos papéis e sem dúvida, realizar desligamento é uma função que o líder não pode nem deve terceirizar.
Ao comunicar o desligamento é importante explicar sobre o que compõem o pacote de demissão, como outplacement, tempo de continuação da cobertura de assistência médica, etc e quais são os próximos passos para concretizar o processo.
Preparar para a demissão
É fundamental se preparar para demitir, pois esta é uma incumbência, que embora seja desagradável, faz parte das responsabilidades de qualquer profissional de mercado que exerce cargo de gestão.
Exercitar bem este papel pode representar a chance de contribuir muito para o crescimento daquele que é desligado, na medida em que o profissional identifica oportunidades de melhoria para sua atuação.
Caroline Calaça
Executive & Business Coach